domingo, 4 de dezembro de 2011

Congresso Ibero-Americano de Extensão


O projeto Usina esteve em Santa Fé - Argentina, para apresentar um pôster do seu artigo "Usina: Casa, quintal, cidade".

Santá Fé é a capital da provícia de mesmo nome, que fica no leste da Argentina. A província é também o berço do revolucionário Che Guevara, que nasceu na cidade de Rosário. Esta é uma das províncias mais populosas da Argentina, que teve um grande fluxo de imigrantes europeus entre 1880 e 1920, em sua maioria suíços, italianos e alemães. Na província de Santa Fé a principal atividade econômica é o turismo regional. Na capital há muitos monumentos históricos, as áreas de lazer do Rio Paraná (pesca, navegação, etc). E a cidade toda é muito bonita e arborizada!



Durante os 3 dias que estivemos lá, aprendemos um pouco sobre os costumes e a cultura local. Uma curiosidade é que o sistema de ônibus é pago por moedas, e não tem cobrador. Cada passageiro informa o seu destino ao motorista e paga de acordo com a distância que vai percorrer. Claro que essa prática exige um certo grau de honestidade da população, mas pelo visto isso não é problema por lá. Ao contrário do que se diz no senso comum, os argentinos são muito agradáveis e prestativos. Pois creiam que um dia tivemos dificuldades para pegar o ônibus, pois é muito difícil conseguir moedas na cidade (parece que existe uma máfia das moedas que dificulta a sua circulação), os comerciantes raramente trocam e a população em geral usa tarjetas, que são como os cartões que se usa em Brasília. Pois que duas vezes nós não tínhamos moedas suficientes para o translado, e outros passageiros simplesmente se dispuseram a pagar para nós! Sem contar na boa vontade em dar informações para estrangeiros, até mesmo nos levar até o local que buscávamos.

Outro costume que nos chamou muito a atenção foi a siesta. Lá o sol se põe mais tarde no verão, por volta das 20:30, ou seja, o dia é bem mais longo, e por isso a rotina é diferente da nossa. As pessoas tem até 3 horas de almoço, tempo que muitos usam para ir em casa, almoçar e tirar uma soneca... Ou aqueles que não vão em casa, descansam em praças e áreas verdes próximas ao trabalho. Andar na rua por volta das 12, 13 horas, é como estar num domingo! Todos os estabelecimentos estão fechados, a não ser restaurantes e afins, é claro.

Isso nos faz repensar o nosso ritmo de trabalho aqui no Brasil. Muitas vezes não nos damos o tempo necessário para descansar. Precisamos de uma pausa, principalmente durante as refeições, momento no qual devemos estar concentrados naquilo que estamos fazendo, que é nos nutrir. Quem nunca almoçou de frente pra televisão, e saiu correndo de casa para ir à escola ou ao trabalho? Quantas vezes comemos algum lanche na rua, as vezes até sem sentar, andando mesmo, a caminho de um compromisso? Claro que teremos vários pretextos e argumentos para justificar o que fazemos. Mas na verdade quem define os nossos hábitos somos nós, e depende somente de nós mesmos para mudá-los. Podemos fazer o nosso próprio almoço, nem que seja um sanduíche saudável, com salada e recheio leve. Procurar trocar o refrigerante pelo suco. Frutas de sobremesa! E ter pelo menos uns quinze minutinhos só nossos, mesmo que não seja um cochilo, um tempo para descansar a mente e o corpo, e se preparar para mais uma jornada no dia!

O melhor da viagem para um país diferente, ou até mesmo para uma outra região do Brasil, é o contato com a cultura e os hábitos locais, que nos fazem refletir e olhar para nós mesmos. Repensar os nossos hábitos é sempre um caminho para a qualidade de vida.

Em breve mais notícias e histórias sobre a viagem e o congresso.